GÓIS,
Hildebrando de
*pref. DF 1946-1947; dep. fed. BA 1955-1963.
Hildebrando de Araújo Góis nasceu
em Senhor do Bonfim, então Vila Nova da Rainha (BA), no dia 11 de novembro de
1899, filho de Coriolano de Araújo Góis e de Alzira de Araújo Góis. Seu pai foi
diretor de Obras e chefe de polícia do Distrito Federal, tendo exercido essas
últimas funções de 1926 a 1930 e de 1944 a 1945.
Fez
o curso de humanidades no Ginásio de São Bento, no Rio de Janeiro, então
Distrito Federal, concluindo-o em 1913. No ano seguinte entrou para a Escola
Politécnica e, logo após, foi nomeado auxiliar técnico da Prefeitura do
Distrito Federal, diplomando-se como engenheiro civil e engenheiro geógrafo em
1918. Professor de matemática do Externato Maurell, do Rio de Janeiro, exerceu
também durante vários anos as funções de engenheiro-chefe do 8º Distrito de
Obras Públicas, em São Paulo, de dirigente dos trabalhos, de saneamento da
enseada de Manguinhos, no Rio, e de engenheiro-chefe das minas de carvão, em
São Gerônimo (RS).
Em
1934 assumiu o cargo de diretor das Obras de Saneamento da Baixada Fluminense,
criando em 1940 o Departamento Nacional de Obras e Saneamento, do qual se
tornou o primeiro diretor. Acumulando essas duas diretorias até 1946, ocuparia
também a direção do Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais por vários
anos e atuaria como superintendente do estudo, da construção e da exploração
dos portos brasileiros. Supervisor da execução de importantes obras em todo o
país, foi autor do plano de ampliação do porto do Rio de Janeiro. das obras de
defesa contra as enchentes do Rio Paraibuna, em Juiz de Fora (MG), e de obras
de combate às inundações em Porto Alegre, Pelotas e outras regiões do Rio
Grande do Sul.
Após o fim do Estado Novo em 29 de outubro de 1945, concorreu
ao pleito de dezembro desse ano, elegendo-se deputado à Assembléia Nacional
Constituinte (ANC) pelo estado da Bahia na legenda do Partido Social
Democrático (PSD). Com a posse do presidente eleito Eurico Dutra em 31 de
janeiro do ano seguinte, foi nomeado nesse mesmo dia prefeito do Distrito
Federal. Renunciando ao mandato de constituinte antes mesmo de iniciá-lo, foi
empossado na prefeitura em 2 de fevereiro e nela deu continuidade às
administrações do interventor Henrique Dodsworth (1937-1945) e do prefeito
Filadelfo de Azevedo (1945-1946). Durante sua gestão foi concluída a obra de
duplicação do túnel do Leme e iniciada a construção do túnel do Pasmado. Foram,
também criadas a Superintendência de Financiamento Urbanístico, com a
finalidade de obter recursos financeiros para proceder às desapropriações e à
execução das obras públicas, e a Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio.
Permaneceu no cargo até 13 de junho de 1947, quando foi exonerado por motivos
de política partidária e substituído pelo general Ângelo Mendes de Morais.
De volta às atividades profissionais, exerceu a função de
engenheiro-chefe do Departamento de Obras e Saneamento do Ministério da Viação
e Obras Públicas, empreendendo obras de saneamento nos estados do Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul. Em 1953 chefiou a delegação brasileira ao Congresso Internacional de
Navegação, realizado em Roma, participando ainda nesse ano do conselho
consultivo do Plano Nacional do Carvão. No pleito de outubro de 1954 elegeu-se
deputado federal pelo estado da Bahia na legenda do Partido Republicano (PR),
assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Reeleito em outubro de 1958,
dessa vez na legenda do PSD, permaneceu na Câmara dos Deputados até o fim do
mandato, em janeiro de 1963.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 9 de dezembro de 1980.
Foi casado com Heloísa de Araújo Góis, com quem teve dois
filhos.
Entre outros trabalhos, publicou: Zonas e portos francos no
Brasil; A ampliação do porto do Rio de Janeiro; Rios navegáveis do Brasil;
Regime tarifário dos portos nacionais; Ocongestionamento do porto de
Santos; Construção, aparelhamento e exploração dos portos brasileiros;
Desapropriação e taxa de melhoramentos; Terrenos da Marinha; As secas do
Nordeste; O problema siderúrgico brasileiro; Saneamento da Baixada Fluminense;
O problema das inundações do Rio Grande do Sul; Plano de defesa de Juiz de Fora
contra as enchentes do Paraibuna; Baixada de Sepetiba; Serviços de águas e
esgotos na capital da Bahia; Abastecimento d’água na cidade de Salvador e
Organização da Marinha Mercante Nacional.
FONTES: CÂM. DEP.
Deputados; CORRESP. GOV. EST. GB; CORTÉS, C. Homens; Encic. Mirador;
HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Jornal do Brasil (10/12/80); MACEDO, R.
Efemérides; MOURÃO, M. Dutra; REIS, J. Prefeitos; REIS, J. Rio; SOC. BRAS.
EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2 e 3).