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Quatro imagens registradas pelo instrumento LORRI (Long Range Reconnaissance Imager) e com auxílio do instrumento Ralph, abordos da sonda New Horizons, foram sobrepostas nesta espetacular composição afim de criar a visão do globo de Plutão. As imagens foram capturadas quando a sonda estava a 450 mil quilômetros de distância do planeta-anão, e apresentam características tão pequenas quanto 2.2 quilômetros, no qual destacamos a área com nomenclatura em português. Crédito: © NASA/JHUAPL/SwRI
Após viajar cerca de nove anos, a New Horizons realizou no dia 14 de julho de 2015, o primeiro sobrevoo sobre o gélido planeta-anão, Plutão. Desde então, a sonda da NASA têm enviado dados à Terra já algum tempo, fornecendo informações sobre regiões e revelando feições e características do maior objeto do Cinturão de Kuiper e suas luas.
Em uma das áreas já nomeadas da superfície de Plutão, homenageia-se o primeiro satélite brasileiro lançado ao espaço em 9 de fevereiro de 1993, por meio de um foguete do tipo Pegasus, no qual ainda está em pleno funcionamento, o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1).
Esta imagem contém os nomes iniciais informais, sendo utilizados pela equipe da New Horizons para análise das regiões da superfície de Plutão. Os nomes basicamente provém da campanha online promovido pela Our Pluto. As nomenclaturas ainda estão sujeitas a aprovação da União Astronômica Internacional (IAU). Crédito: © NASA/JHUAPL/SwRI
No dia 28 de julho, o local foi batizado em português como “Coleta de Dados” ¹, e está na área mais brilhante do planeta-anão, apelidada de Coração, a vasta Região Tombaugh (em homenagem ao descobridor de Plutão, Clyde Tombaugh) de 1.590 quilômetros abriga principalmente vales e planícies suaves, no qual umas das áreas recebe o nome de Sputnik Planum (referência ao primeiro satélite enviado ao espaço), compondo o lóbulo ocidental, localizado ao lado esquerdo das planícies da Região Tombaugh.
Esta imagem contém os nomes iniciais informais, sendo utilizados pela equipe da New Horizons para análise da região Sputnik Planum na superfície de Plutão. Os nomes basicamente provém da campanha online promovido pela Our Pluto. As nomenclaturas ainda estão sujeitas a aprovação da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). Crédito: © NASA/JHUAPL/SwRI
No interior da Sputnik Planum, na parte superior esquerda, estão algumas distintas colinas (colles, na palavra inglesa) nomeadas como Coleta de Dados, acredita-se que sejam cinco colinas ao todo. Os gélidos relevos na região, devido a falta de crateras sugere que a superfície da Sputnik Planum possui uma idade inferior a 100 milhões de anos, propondo mais uma evidência de que Plutão é um mundo geologicamente ativo e que ainda está sendo moldado por processos geológicos.
Dados indicam que características próximas das bordas da região apresentam evidências de fluxo de gelo, como geleiras e material de luz sobreposta (as áreas mais escuras). Além dos nomes Coleta de Dados e Sputnik, a área referencia-se a missões espaciais como Soyuz, Challenger e Columbia.
Este mosaico registrado pelo instrumento LORRI (Long Range Reconnaissance Imager) abordo da sonda New Horizons, apresenta a região ocidental Tombaugh Regio (apelidada de Coração) em Plutão. A área Sputnik Planum é destacada juntamente com o Montes Norgay (canto inferior esquerdo) e na parte superior próxima ao centro estão as colinas nomeadas de Coleta de Dados. Crédito: © NASA/JHUAPL/SwRI
Em uma campanha que ocorreu entre março a abril de 2015, a equipe da New Horizons solicitou nomes para serem batizados na superfície do ex-planeta do Sistema Solar e sua maior lua, Caronte, desta forma definindo dez categorias de onde os nomes deveriam provir; como cientistas e engenheiros, exploradores e viajantes da ficção, exploradores históricos e missões espaciais e aeronaves.
Tendo conhecimento disto a equipe do GOASA‘‘ sugeriu alguns nomes referente a astronáutica nacional brasileira, no qual a NASA aprovou e indicou o Coleta de Dados à União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), que está atualmente aguardando analise e aprovação.
Nesta imagem estão em destaque a área em volta das colinas Coleta de Dados e ao lado esquerdo está parte dos Montes al-Idrisi. Inclusive, nessa região é possível observar prováveis “raias de ventos”, como as que existem em Marte. Crédito: © NASA/JHUAPL/SwRI
A campanha online promoveu uma votação de nomenclaturas, o único das listas com referência ao Brasil foi do primeiro satélite nacional (SCD-1), estabelecendo-se em quinto lugar na categoria missões espaciais e aeronaves com doze nomes selecionados ao total, tendo 90% dos votos provindos da América do Sul e Central, tornando-se o favorito entre os dois subcontinentes ².
Além de Plutão, a lua Caronte, está sendo preenchida com nomes de ficções científicas, como Mancha de Mordor, Cratera Vader e Cratera Spock ³.
O vídeo acima é uma animação exibindo o sobrevoo histórico da New Horizons sobre Plutão em 14 de julho de 2015. O tempo percorrido do sobrevoo no vídeo é em torno das 06h35min à 10h35min (sendo que a maior aproximação ocorreu próximo das 08h50min) no horário de Brasília.
A tênue atmosfera de Plutão bastante realista no vídeo, detém cerca de 10 segundos da animação sendo um grande destaque até o fim. A qualidade só poderá ser aperfeiçoada no decorrer do tempo, a medida que a sonda for enviando mais dados do sobrevoo.
Um outro grande destaque da animação é a maior lua de Plutão, Caronte, iluminando o lado escuro do planeta-anão, embora, na realidade não sendo tão visível como demonstrado no vídeo. O campo de visão estende-se a 12,5 graus.
Enquanto a New Horizons envia-nos mais informações sobre o planeta-anão mais famoso durante o decorrer de um ano e meio aproximadamente, revelando assim mais detalhes de Plutão, a NASA e a IAU estarão ocupados no desenvolvimento da nomenclatura de espécies de relevos e além de acidentes geográficos, transformando nosso conhecimento do sistema plutoniano.
‣ Referência: Our Pluto